Gostamos de pensar em nós mesmos como seres altamente evoluídos e racionais que pensam, sentem e agem de maneiras intencionais, razoáveis e aceitáveis. Mantemos essa percepção porque ela nos permite acreditar que somos “comandantes” das nossas vidas e também nos ajuda a acreditar que estamos no controle total das escolhas que fazemos e da direção que nossas vidas seguem. Na realidade, não é nada disso.
A razão pela qual nem sempre pensamos ou nos comportamos de maneiras lógicas ou de acordo com o nosso interesse é que nossas mentes têm duas partes que nos impulsionam e geralmente trabalham com propósitos diferentes: inconsciente e consciente. Em outras palavras, nossas mentes inconscientes e conscientes estão em constante batalha pelo domínio sobre todos os aspectos do nosso funcionamento.
Nossa mente inconsciente
A parte inconsciente de nossas mentes está fora de nossa consciência e não é facilmente acessível. Essa falta de disponibilidade imediata torna nossas mentes inconscientes intrigantes (“por que continuo fazendo coisas que me machucam”, por exemplo) e aparentemente fora de nosso controle, muitas vezes levando a um sentimento de frustração e raiva de nós mesmos.
A mente inconsciente consiste em três forças que frequentemente nos levam por caminhos tortuosos.
Primeiro, apesar de termos sido supostamente tão evoluídos em comparação com o resto do reino animal com nosso córtex cerebral e, mais importante, nosso córtex pré-frontal, freqüentemente ainda respondemos ao mundo como animais impulsionados por nossos instintos, emoções e reações primitivas, por exemplo, instinto de sobrevivência e medo, luta, fuga, entre outros. Não é de se surpreender, uma vez que essas forças inconscientes têm dirigido todos os seres vivos desde que saímos da condição primata cerca de 3,5 bilhões de anos atrás. Na prática ocorre que nosso cérebro primitivo muitas vezes intimida nosso cérebro evoluído e influencia radicalmente a maneira como pensamos, sentimos e nos comportamos.
Segundo, carregar bagagem emocional desde a nossa infância é uma parte da condição humana altamente significativa. No início de nossas vidas, desenvolvemos certas formas de pensar, sentir e se comportar que ajudam a nos proteger de alguma ameaça percebida e sobreviver em ambientes hostis de graus variados. Por exemplo, para nos sentirmos seguros diante de um pai agressivo, aprendemos a ser passivos e reprimimos as emoções negativas que sentimos em prol da sobrevivência, e também pela busca por recompensa. Ser recompensado por um pai ou mãe altamente exigente faz com que busquemos ser perfeccionistas em consequência de nunca estar a altura. Infelizmente, na idade adulta, o que havia sido funcional na infância pode se tornar disfuncional e nocivo, com comportamentos de passividade, submissão, perfeccionismo doentio, baixa autoestima, relutância em se afirmar na ciclo adulto e assumir riscos razoáveis, interfere na busca da vida objetivos, e impedir o estabelecimento de relacionamentos saudáveis.
Por fim, quanto mais forças primitivas e bagagem emocional negativa direcionam nossas vidas, mais essas maneiras de agir e reagir ao mundo em geral se tornam habituais e verdades absolutas para a mente. Por exemplo, quando percebemos alguém nos julgando, reagimos com defensiva e raiva porque é assim que sempre reagimos, mesmo que essa reação geralmente faça mais mal do que bem.
Nossa mente consciente
Felizmente, evoluímos além do resto do reino animal com o surgimento do córtex cerebral e, mais especificamente, do nosso córtex pré-frontal (CPF). O CPF nos dá a oportunidade de não sucumbir à força contundente da nossa mente inconsciente ou ser guiado cem por cento por nosso passado, seja o passado distante dos nossos primatas primitivos ou o passado recente. É possível afirmar que nossa mente consciente consegue tomar decisões propositais sobre como queremos pensar, sentir e nos comportar, em vez de sermos seqüestrados por essas forças inconscientes poderosas.
Basicamente, o CPF nos permite a capacidade de guiar nosso comportamento de maneiras mais intencionais, ponderando prós e contras, firmando juízo de valor, certo e errado, decisões diversas e, em um nível importante, capacitando nossa mente consciente a anular informações registradas em nossa mente inconsciente.
Ouça sua mente consciente … principalmente
Bem, a partir de hoje seu objetivo é ter sua mente consciente trabalhando em seu favor e anulando as forças primitivas, bagagem emocional negativa e todos os demais registros mentais negativos da sua mente inconsciente que muitas vezes são altamente prejudiciais e impeditivos de desenvolvimento em todas as áreas da vida. Quando você coloca sua mente consciente no controle, você é capaz de articular cuidadosamente suas necessidades, desejos, atitudes, sonhos, objetivos, e tomar decisões que o impulsionem para o sucesso, felicidade, conexão, significado, satisfação e alegria.
Ao mesmo tempo, não quero desacreditar completamente você de todo valor positivo que nossas mentes inconscientes possam ter, e tem na verdade. A mente inconsciente não é movida apenas por forças doentias. Pelo contrário, todas as experiências que vivenciamos ao longo da vida, tudo o que passa pelos nosso cinco sentidos, incluindo as positivas, estão armazenas na mente inconsciente e se entrelaçam gerando o que chamamos de intuição, espírito, força divina, habilidade pessoal, ou seja lá como for. Todos nós temos a capacidade de permitir que nosso senso não linear nos guie a fazer escolhas saudáveis, de crescimento contínuo e a dirigir o rumo que tomamos em nossas vidas. Essa parte intuitiva de nós pode recorrer a informações que podem não estar prontamente disponíveis para nossa mente consciente, no entanto, é perfeitamente possível explorá-las e colocá-las em nosso favor na medida em que temos um profissional capacitado para executar este caminho.
Diante da minha experiência profissional em mais de cinquenta mil horas de atendimento e também junto a minha própria história de vida, descobri que podemos usufruir desse aspecto benéfico da mente inconsciente em conjunto com a mente consciente. Basta traçar um caminho personalizado de acordo com o funcionamento da mente do indivíduo. É isso que acontece através dos serviços de mentoria, metareprogramação e premium.
Um beijo da Rainha.
Cara Cristina, sem dúvida sua abordagem é absolutamente concreta.
Acredito que devemos buscar sempre um acordo entre o inconsciente e o consciente, e assim caminharmos em sentido a evolução moral e humanização do ser primitivo que nos habita.
Creio que o alvo deva ser sempre a transcendência. Parabens!