Já falei aqui que aquele que não se ama vive na condição de constante fragilidade e aceita migalhas. Qualquer fragmento de atenção é acolhido, consciente ou inconscientemente, como ‘amor’, tornando o sujeito emocionalmente dependente daquilo. Isto se chama indigência afetiva.
Hoje quero dar sequência neste tema através de outro aspecto que faz parte deste time, o desprezo.
Já me peguei em momentos da minha vida onde ali estava eu aguardando algo de alguém. No entanto, este alguém, fosse um amigo, um crush, colega, vizinho, tinha apenas desprezo para oferecer. Ele acontece no dia a dia de forma sutil, mas acontece.
O desprezo alheio se dá por meio do jogo da ausência juntamente amparada pelo interesse do outro em alguma coisa que você tem ou pode oferecer. Vou usar o exemplo de uma cliente. Ela tinha uma amiga que sempre a procurava quando precisava de ajuda. E esta sempre furava quando minha cliente firmava um convite ou proposta. Em seguida, a tal amiga sempre tinha uma justificativa.
O ciclo do desprezo é sempre o mesmo: interesse – ausência – justificativa.
Aquele que despreza nada mais é do que um manipulador que se utiliza de recursos diversos movido pelo seu incessante egoísmo. Uma pessoa mesquinha e soberba que deseja apenas receber dando, claro, o mínimo em troca. Alguém incapaz de realizar conexões com pessoas, apenas sugar. E não, sua vida não tem fluidez, afinal, assim como os vampiros, de tempos em tempos precisam repor sua energia drenando alguma vítima.
Graças ao auxílio de excelentes profissionais que tive, na época pude identificar esse tipo de ciclo em ocorrência na minha vida. No subsolo do meu subconsciente havia ainda um registro emocional de rejeição, em decorrência do meu histórico familiar, que inconscientemente para mim me conectava com pessoas que me desprezavam de alguma forma. Não sei se você sabe, mas a gente não se relaciona com quem a gente quer, e sim com quem a gente é.
Pare por um minuto e faça uma reflexão fria e profunda sobre a sua vida hoje. Identifique com clareza quais são as pessoas que estão sempre te desprezando. Aquele amigo que sempre fura um compromisso, mas volta e meia reaparece quando precisa. A namorada que só sabe cobrar muito e entregar pouco. Faça um passeio pelas suas experiências atuais.
Agora, faça uma varredura na sua mente. Perceba o quanto você fica à disposição para quem é indisponível. Veja com clareza e sem medo o que te leva a se relacionar com este tipo de gente e também o que te mantém preso neste padrão.
E por fim, procure ajuda profissional adequada para trabalhar estes aspectos no seu ser e construir um novo modelo mental que te dará novas realizações na sua vida. Você é incrível, só precisa novos aprendizados, cercando-se de pessoas que estejam na mesma batida que a sua.
Vá ser feliz e pare de aceitar o desprezo alheio.
Um beijo da Rainha.