Muitos de nós, por vezes, na nossa vida ficamos confusos acerca daquilo que sentimos e pensamos, o que nos conduz a uma indefinição comportamental. Temporariamente temos DÚVIDAS sobre como agir.
Podemos também questionar por que razão nós estamos a sentir de uma determinada forma, ou ainda, porque estamos a ter alguns pensamentos que nada têm a ver com aquilo que gostamos ou pretendemos fazer.
Quando se enfrenta a DESMOTIVAÇÃO, paralisia da vontade e ausência de prazer, em grande parte das nossas atividades, podemos gerar conflitos internos e ver o nosso equilíbrio emocional afetado negativamente. Mas, por que isso acontece? Por que ficamos atrapalhados com os nossos sentimentos e pensamentos? Por que razão aquilo que sentimos e pensamos, por vezes nos causam tanto mal-estar?
Certamente, uma das razões, é uma consciência emocional pouco desenvolvida. Quando não temos noção do que estamos a sentir, e porque estamos a sentir uma determinada emoção, a tendência humana é agir em piloto automático, reatividade, sem a autoridade da nossa consciência. E, por vezes quando agimos por impulso, sem consciência do impacto e da influência que as emoções e pensamentos têm na nossa forma de agir, nos prejudicamos.
Para que possamos aumentar a nossa consciência emocional e passar a agir em consonância com os nossos objetivos, valores e significado de vida, importa validar as nossas emoções e pensamentos.
Proponho um exercício para desenvolver a sua consciência emocional e o que fazer para aplicar a autovalidação
Fique com as suas emoções e observe-as
Estar ciente e OBSERVAR as suas emoções, sem rejeitá-las ou evitá-las é extremamente importante para conseguir fazer uma leitura clara acerca do que se está passando com você, momento a momento. Estar presente significa também não se dissociar, alienar, suprimir ou entorpecer as suas emoções.
Estar presente, significa ouvir a si mesmo. Na presença de sentimentos de dor emocional, tristeza, apatia, é mais desafiador e difícil ficar presente e observar a experiência que decorre em nós. No entanto, EVITAR sentir determinadas emoções nos conduz a consequências que podem ser bastante negativas, ao passo que aceitar sentir as emoções permite que você possa diminuir a intensidade das mesmas, ajudando dessa forma a construir resiliência.
Estar presente para si mesmo valida o quão importante você é para si mesmo e que tem força para suportar os seus sentimentos, mesmo os mais incômodos.
Reflita, tentando perceber o que as emoções transmitem
Tente reconhecer o seu estado interno para si mesmo. Talvez você reflita sobre o que provocou a emoção, quando foi provocada e qual o impacto que teve nas suas crenças e comportamentos. Reflita sobre as maneiras de sentir a emoção no seu corpo e considere que ações sofrem influência com a emoção sentida. Refletir, significa observar e descrever, usando os cinco sentidos para recolher informação.
Quando você observa e descreve a sua experiência interna, não interpreta, não adivinha, nem faz suposições. Você diria: “Sinto raiva e começou ontem, depois do meu amigo ter cancelado o jantar. Sinto um aperto no meu peito, então talvez seja desilusão também.” Ao invés, dizer: “Eu sou um perdedor e ninguém quer passar tempo comigo“, não estaria indicando os fatos da sua experiência.
Para indicar e clarificar os fatos da sua experiência é preciso aplicar o processo de validação das suas emoções e sentimentos, ajudando assim a construir confiança na sua experiência interna.
É importante que não personalize de imediato os seus sentimentos e pensamentos, ao invés, descreva-os, e tente perceber do seu ponto de vista o que está realmente acontecendo. EVITE ao máximo fazer avaliações depreciativas, sem fazer avaliações construídas em pressupostos “errados”.
Genuidade sentimental
Em termos de autovalidação, isso significa ser o seu verdadeiro eu e não mentir para si mesmo. Isso significa que você não rejeita aquilo que sente. Você pode não gostar do que está sentido, ou aquilo que sente não fazer sentido para você, ou ainda pretender sentir-se de forma diferente.
Uma distinção importante é que, aquilo que você sente num determinado momento, é diferente do que você faz. Você não é o seu sentimento, ou ausência de vontade. Então você pode sentir algo que não gosta, aceitar isso, mas não agir de acordo com o sentimento que você identifica como algo negativo.
A Autovalidação é uma das etapas fundamentais para viver de forma harmoniosa as suas emoções intensas. Para nos relacionarmos de forma saudável com a gente mesmo e com os outros, importa entendermos e validarmos os nossos sentimentos, pensamentos e ações. Atenção, validar não quer dizer dar razão a tudo o que sentimos ou pensamos, nada disso.
A Autovalidação é a soma da compreensão do porquê de sentirmos e pensarmos de uma determinada forma, com a autoaceitação das experiências internas. No entanto, nem sempre temos de seguir aquilo que sentimos ou pensamos.
No processo de validação, nós podemos “descartar” ou “vetar” alguns dos nossos sentimentos e pensamentos, porque não se justificam ou porque já não fazem mais sentido na atualidade. Ficando numa posição favorável para decidir o que fazer de acordo com os resultados que pretendemos obter.
Consciência, clareza, sem fugas e auto acolhimento fazem verdadeiros milagres. Em resumo, é assim que desenvolvemos nossas habilidades emocionais. Sem mágica.
Um beijo da Rainha.
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